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"Lugares que andei"

"Mulheres que sei"

Uma linha tênue ou congruente entre o impressionismo e o expressionismo, entre o real e o abstrato. Representação objetiva e subjetiva dos lugares e mulheres retratados. Modelos de cor, luz e sombras, formas e texturas. Criado e reproduzido in loco e em estúdio, perspectiva em 1° pessoa em grafite, tintura vegetal e prevalência de tinta à óleo sobre papel. Representação literal e metafórica de expressões e retratações com que agrada íntimo e espontâneo traço. …”Só me agradam o movimento, as nuances de luz e sombras, em voga, os temperamentos”… Vocação inicial pronunciada, com simplicidade evidente, pronta e receptiva, com vários “erros” típicos de execução de experimento, processo inacabado e interrompido por ocasião e pelo tempo. Bruscos e admiráveis contrastes de proporções de grandezas ainda que nos pequenos detalhes. Sem perder de vista a representação caligráfica e a tradução das formas, feições e gestos… Não apenas uma transcrição interpretativa, mas a estagnação de um surto único de “momento”, veemente e sensitivo de lugares e personalidades. Através da catarse provocativa de uma paisagem bucólica ao entardecer e a expressão sentimental de uma “mulher”, porções de matéria se projetam em sombras e revelam texturas, permitindo a percepção de volumes à calidez. A cor e a ausência dela são tratadas como substância – essência – e percebidas como parte intrínseca e indissociável da matéria, sensível, concreta e efêmera. Movimentos no caos e na ordem, se acolhem nas linhas do horizonte e da feição como integrantes do espaço sensorial, que literal e no melhor dos sentidos “essa mistura”, promove uma compreensão visual “palpável”, à leigos e cultos o despertar da translucidez dos sentidos mais afainados. Verve só e puramente! Veja a exposição das séries completas: Lugares que Andei e Mulheres que Sei 

Livro Na Linha do Horizonte Vasto Pitoresco
Livro capa

Primeiro foi a música, depois as palavras cantadas, por último as cores e agora… essa miscelânea como matéria prima utilizada pelo poeta para conceber “Na linha do horizonte vasto pitoresco”, livro escrito e ilustrado à partir do exercício da contemplação que consiste na observação da paisagem tendo como momento específico nasceres e pores do sol, essa contemplação permite a constatação da intensificação de nuances envoltos em luzes, sombras, cores, tons, sobre tons, texturas, formas e sons. De alguma maneira uma narração dos eventos que se manifestam e compõem este “cenário”, dinâmico, constante e volátil, essa própria catarse única no momento da criação que por vezes extrapola conceitos e os próprios sentidos mais lógicos e racionais. Uma tentativa de dizer o indizível, de descrever o que a limitada compreensão humana falha em tentar.

Como o tempo capaz de mudar as coisas, focaliza no exato momento em que a transformação acontece, não necessariamente no resultado dessa, o que de fato importa é o momento em que as nuances se desenrolam e nessa improvável tentativa de capturar esses “momentos” traduzidos em imagens e sons é o que as palavras tentam exprimir. O que “Na linha do horizonte vasto pitoresco” propõe, é esse afã, prosa poética em estado bruto e inacabado com efeitos metafóricos e musicalidade evidente, misturadas às compreensões técnicas ou métodos criativos com que o artista utiliza na execução de suas obras como analogia aos fenômenos visuais e pictóricos observáveis. Labuta da arte levada às últimas consequências com uma pitada de certa coisa inata. Não deixa de ser também um convite aos leitores mais sistemáticos e ordinários a buscar pelo “extra” sem se deixar atormentar pela convenção da formalidade. Do caos a ordem mais sensitiva e plena, é o que despretensiosamente pode-se alcançar. Verve só e pura novamente! Saiba mais…